UMA GEOGRAFIA EMOCIONAL DO NORDESTE NA SALA DE AULA

O SERTÃO DE LUIZ GONZAGA

Resumo

Entre os diversos direcionamentos que se consolidaram ao longo do desenvolvimento histórico e científico da Geografia, a vertente denominada Humanista tem possibilitado pesquisas que apresentem um caráter subjetivo. Em consequência a esse pressuposto, a Geografia Emocional analisa o espaço geográfico a partir das emoções, sentimentos e experiências do ser no mundo onde (con)vive. Neste contexto, a presente pesquisa tem por objetivo refletir sobre uma Geografia Emocional do Nordeste na sala de aula a partir das músicas de Luiz Gonzaga. Entre os autores que propiciam aporte teórico, convém ressaltar Furlanetto (2014) ao propiciar uma relação dialógica entre as emoções e a categoria lugar; Andreotti (2013) que aborda a Geografia Emocional e Cultural em comparação com a racionalista; Silva(2019) que discute a importância das emoções na Geografia; Torres (2010) evidenciando que as paisagens possuem sons que contribuem para o entendimento da identidade dos lugares e dos indivíduos que neles habitam; Cavalcanti (2003) ao discutir caminhos didáticos e pedagógicos que a aproxime as emoções do contexto de sala de aula. Para tanto, será realizada oficinas pedagógicas com alunos e alunas do 7º Ano do Ensino Fundamental II da Escola Estadual Santos Dumont, localizada no município de Cuiabá-MT. Nessas oficinas os discentes irão escutar músicas de Luiz Gonzaga e irão representá-las em mapas mentais abordando conteúdos e sentimentos que sejam referentes ao Nordeste, e que se encontram de maneira intrínseca nas letras e melodias. O fato de os discentes não residirem na região abordada nas músicas, possibilita que a representação projete conhecimentos preexistentes, levem em consideração o imaginário e que internalize novos conhecimentos e emoções acerca do Nordeste.A imaginação geográfica é intrínseca a Geografia humanista, isso se deve ao fato de a imaginação ser como parte da condição humana.O imaginário possibilita diferentes abordagens do espaço e para que isso aconteça a Geografia precisa incluir em suas análises essa experiência imaginária.